Caros(as) Colegas,
Lembram-se de um caso envolvendo um assistente do IEP/IE que deu muita polémica na UMinho e fora dela entre o final do ano passado e o início do presente ano e que envolvia um blogue e questões de liberdade de expressão pessoal?
Pois bem, isto é, pois mal, soube-se entretanto pelos alunos que Daniel Luís, o assistente visado, tem despedimento aprazado para 7 de Setembro pf., decorrente da decisão unânime (???!) do Conselho de Departamento de lhe recusar o biénio para conclusão da tese.
(...)
Todavia o facto é que, depois dessa acção ilegítima e das múltiplas vicissitudes que se lhe seguiram, o Daniel Luis foi remetido ao completo isolamento, passou por fases em que tinha medo de frequentar o local de trabalho, vivia angustiado e caiu em depressão. Que condições humanas são estas para que alguém possa dedicar-se às suas actividades académicas, designadamente prosseguir o normal desenvolvimento do seu Doutoramento? Para uma melhor compreensão do enquadramento desta situação recomendo vivamente a leitura do artigo 24º do Código do Trabalho.
Segundo Leyman (1990):
Psychical terror or mobbing in working life means hostile and unethical communication which is directed in a systematic way by one or a number of persons mainly toward one individual. (…) These actions take place often (almost every day) and over a long period (at least for six months) and, because of this frequency and duration, result in considerable psychic, psychosomatic and social misery.
Segundo Davenport, Schwartz, e Elliot (1999) the ultimate goals of mobbing are to dominate, subjugate and eliminate.
E todavia, de acordo com os seus Estatutos, a Universidade do Minho i) preconiza a prossecução da sua missão “assente na liberdade de pensamento e na pluralidade dos exercícios críticos”, ii) realiza a sua missão e objectivos “baseada no respeito pela dignidade da pessoa humana” e iii) rege-se por “princípios da igualdade, da participação democrática, do pluralismo de opiniões e de orientações”. Palavras que o vento leva sem deixar rasto... como se vê.
Veja-se o que diz o colega em http://jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp?a=2009&m=06&d=28&uid=&id=311743&sid=59337 .
A pergunta que não pode deixar de se fazer é esta:
COMO PODE A CONSCIÊNCIA DA ACADEMIA CONVIVER COM ESTA SITUAÇÃO?
Leia aqui um artigo conciso e fundamental, de apenas 7 páginas, da autoria do psicólogo sueco-alemão Heinz Leyman, que no início da década de 80 cunhou a disciplina científica workplace mobbing:
http://www.mobbingportal.com/LeymannV&V1990(3).pdf
Veja também Bullying of Academics in Higher Education:
2 comentários:
Os que dissemos, não não nos calaremos. Não, não baixaremos os braços. Os que exercemos a nossa indignação e cidadania, ainda que só na blogoesfera, ficamos hoje com a ideia de que vale a pena. Mas temos de continuar. Continuar a fazer sentir e ouvir os nossos protestos junto da instituição que pode ainda mudar a sua decisão. Não baixemos braços. Pela liberdade de expressão!
PÚBLICO, 3.07.2009
Universidade do Minho reavalia caso do docente autor de blogue
O Conselho Científico do Instituto de Educação e Psicologia (IEP) vai analisar, dentro de duas semanas, a recusa de prolongamento do contrato que liga Daniel Luís, autor do blogue Dissidências, e a Universidade do Minho (UM).
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