quarta-feira, 30 de abril de 2008

As legítimas preocupações dos docentes não-doutorados no Senado

Caros colegas não-doutorados.

A moção que decidimos apresentar ao Senado Académico, na sequência da reunião de não doutorados do dia 23 de Abril, foi amplamente discutida na sessão ordinária do dia 28 de Abril, mas não reuniu consenso suficiente para ser posta a votação. Em alternativa, e por proposta do Sr. Reitor, enquanto presidente do órgão, ficou registada em acta a seguinte menção ao assunto:

"Foi ainda manifestado e registado pelo Senado Universitário um sinal de solidariedade para com a preocupação transmitida pelos representantes dos docentes e investigadores não doutorados relativamente a uma eventual alteração do actual enquadramento legal de que resulta a assumpção de expectativas legitimamente criadas em relação à conclusão do percurso formativo dos docentes de carreira."

Ficou em aberto a possibilidade de se proceder a uma reformulação da moção com o objectivo de integrar a ordem de trabalhos da próxima reunião ordinária do Senário, a realizar em 28 de Julho.
Saudações académicas.

Sandra Marinho, Luís António Santos, Pedro Portela

Comentário:

São preocupações muito legítimas que bem justificam uma atitude solidária. Saúdo o grupo de docentes que decidiu mobilizar os colegas e dar expressão às suas preocupações. Nos tempos que correm sinais destes são motivo de esperança.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS PARA CRIANÇAS


Fui professor de Físico-Química do Ensino Secundário até ingressar na carreira universitária para ser formador de educadores de infância e de professores do 1º ciclo, na componente de Ciências. Confrontado com essa responsabilidade, não pude deixar de me colocar uma questão fundamental:

- que sei eu acerca do que fazer para que estes jovens venham a ser capazes de ensinar ciências às crianças?

Eu tinha feito um Mestrado em Ensino das Ciências e tinha lido uns quantos livros e artigos acerca do que se ia fazendo noutros países, desde a década de 60; mas isso não resolvia a questão. Estávamos em 1990 e não existia literatura que me pudesse elucidar acerca da educação científica nas nossas escolas primárias, quer do ponto de vista dos alunos, quer do ponto de vista dos professores.

E mesmo que existisse, as questões persistiam:

- como vou fazer destes jovens, professores de ciências de crianças, se eu próprio não sei – de experiência vivida - como ensinar ciências às crianças?

- como vou formar professores de crianças se me intimida a simples ideia de ter um grupo de crianças à minha responsabilidade?

A minha única vivência com crianças, em contexto de ensino, resumia-se à vaga e já distante recordação do que fora a minha instrução primária.

Senti-me compelido a enfrentar o desafio de eu próprio me tornar competente no ensino de ciências experimentais a crianças. Por isso, de um modo informal, fui estabelecendo contacto com professores do 1º ciclo e pedia-lhes que me permitissem ensaiar o ensino experimental de alguns tópicos por mim planificados; por outro lado, colaborava com os alunos estagiários a orientar actividades de ensino planificadas sob minha supervisão. E assim, desta forma exploratória, que durou cerca de 2 anos (90/91 e 91/92) fui ganhando confiança e autonomia na condução de uma turma.

E os resultados desse trabalho caiam-me em abundância no regaço, como fruta madura em tempo de colheita.

O envolvimento das crianças nas actividades, a sua alegria e satisfação constantes, a atmosfera de efervescência intelectual nos grupos e, sobretudo, o desmuronar de ideias feitas acerca das aprendizagens "possíveis", deram-me o sentimento de ter descoberto algo fascinante. A experiência era empolgante e, o que quer que ela significasse, em termos da carreira académica, diziam-me as crianças que eu tinha que dar continuidade ao trabalho iniciado. Foi assim que surgiu o projecto de doutoramento e a subsequente actividade de investigação que tenho desenvolvido.

A permanência nesta temática, ao longo destes anos, suscitou alguma perplexidade em alguns colegas que me chegaram questionar sobre o porquê desta “paixão”. Assumo a paixão e para ajudar à sua compreensão dou a palavra a Karl Popper, quando falava aos seus alunos:

"(...) penso que só há uma caminho para a ciência ou para a filosofia, (...): encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar e viver feliz com ele até que a morte vos separe - a não ser que encontrem um outro problema ainda mais fascinante, ou, evidentemente, a não ser que obtenham uma solução. Mas mesmo que obtenham uma solução, poderão então descobrir, para vosso deleite, a existência de toda uma família de problemas-filhos, encantadores ainda que talvez difíceis, para cujo bem-estar poderão trabalhar com um sentido, até ao fim dos vossos dias."

E não há dúvida de que todo o trabalho realizado é apenas o começo. A concretização do Mestrado em Ensino Experimental das Ciências no Ensino Básico, na Universidade do Minho, a iniciar no próximo ano lectivo, poderá dar uma expressão maior à formação dos professores para o ensino experimental nas escolas do 1º ciclo.

Artigo publicado no jornal ComUM, edição impressa nº 6, em 6/04/08

domingo, 6 de abril de 2008

ÉTICA!

ÉTICA É RECONHECER E RESPEITAR O ESPAÇO DO OUTRO.

ÉTICA É SENTIR-SE LIVRE E DISPONÍVEL PARA NOVAS E ENRIQUECEDORAS EXPERIÊNCIAS, SEMPRE COM O OBJECTIVO DE EXPANDIR A SUA CONSCIÊNCIA, A PERCEPÇÃO E A INTUIÇÃO.

ÉTICA É USAR A MENTE NUMA DIMENSÃO MAIS ELEVADA, ELEGANTE, NOBRE E ÍNTEGRA.

Renato Rasiko

Comentário:

Aqui está um conceito de ética que a cultura institucional das Universidades de todo não promove. E com isso ficam mais pobres as Universidades, ficamos mais pobres todos nós, fica mais pobre a sociedade.