A lista A, de que fiz parte, candidata à eleição dos representantes dos Professores e Investigadores ao Conselho do Instituto de Educação da UM, defendeu uma visão geral do Instituto em torno de três eixos fundamentais:
- A relevância social da actividade académica educacional
- A promoção de uma Educação transformadora
- A criação de uma atmosfera institucional de bem-estar
Sobre a necessidade de elevar a relevância social da actividade académica em Educação apresentámos as seguintes ideias:
- Maior enraizamento dos projectos na realidade social e educativa, com um comprometimento activo na compreensão e resolução dos problemas educacionais que afectam o país
- Incremento de projectos de investigação e intervenção centrados na escola/sala de aula, com a participação dos professores e dos alunos, nomeadamente no âmbito dos projectos de formação inicial, contínua e especializada
- Articulação entre a investigação realizada no quadro dos mestrados e doutoramentos e as necessidades educativas, desenvolvendo estudos em rede que permitam uma compreensão alargada das realidades investigadas
-Valorização de abordagens multi/ inter/ transdisciplinares e do pluralismo metodológico no estudo de realidades educativas complexas
- Reconceptualização da actividade científica educacional, no sentido de uma maior consistência, relevância e sustentabilidade da mesma
- Disseminação estratégica do conhecimento produzido, nomeadamente junto das comunidades educativas a quem ele mais possa servir, tendo em vista a promoção da sua transferibilidade, a sua avaliação crítica nos contextos de aplicação e a indução de processos de inovação
- Reconceptualização dos modos de internacionalização do trabalho académico, numa lógica de maior visibilidade e escrutínio dos estudos nacionais, e da produção de conhecimento potencialmente relevante ao progresso educacional no país
- Afirmação pública do IE como referência e voz autorizada para tomar posição fundamentada sobre matérias de interesse para o progresso educacional do país
Estas ideias correspondem a uma corrente de pensamento no Instituto de Educação que acolheu cerca de 40% dos votos dos Professores e Investigadores. Todavia, estas ideias não têm representação na actual composição do Conselho Científico.
E porquê? Pela simples razão de que não existem no Instituto as condições de liberdade que permitam às pessoas assumir com naturalidade a defesa pública dos seus pontos de vista, o que inviabilizou a constituição de uma segunda candidatura à eleição dos representantes dos Professores e Investigadores ao CC. Uma segunda candidatura, alicerçada em ideias claras e inovadoras, contribuiria para uma composição do Conselho Científico bem diferente, introduzir-lhe-ia outra vitalidade e cumprir-se-iam os desígnios estatutários de participação democrática e de pluralismo de opiniões e orientações.
Os órgãos do novo Instituto - agora a 3ª maior Escola da UM - vão-se constituindo sem que se vislumbrem as grandes ideias mobilizadoras: apresentam-se os nomes dos candidatos e quase nada há de visão programática e estratégica. E que falta fazem as ideias e a reflexão para um sobressalto que nos acorde para os problemas educacionais que é preciso encarar!
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