A propósito das tendências que se vão impondo no Ensino Superior, no Ensino Básico e Secundário, e na sociedade em geral, importa voltar às palavras autorizadas do psicanalista francês Christoph Dejours:
IHU On-Line - Que consequências traz o facto de trabalhar com medo e insegurança?
(...)
Enfim, outros [trabalhadores], que são mais bem protegidos contra as agressões físicas, têm medo, hoje em dia, de não atingir os objectivos de rentabilidade que lhes são impostos. Se as sanções em caso de insuficiência se traduzem pela demissão, compreende-se que o medo tenha lugar no trabalho ordinário. As consequências do medo são, em primeiro lugar, a perda do prazer de trabalhar e, em seguida, o desaparecimento da confiança nos colegas. Além disso, o medo dá lugar à agressividade, ao ódio, ao rancor etc. O medo faz sofrer. É preciso se defender. E as estratégias de defesa são difíceis de construir e manter. Quando elas são solidamente constituídas, porém, transformam profundamente a personalidade. É o que certos autores anglófonos chamam polidamente de “a corrosão do carácter ”.
Enfim, outros [trabalhadores], que são mais bem protegidos contra as agressões físicas, têm medo, hoje em dia, de não atingir os objectivos de rentabilidade que lhes são impostos. Se as sanções em caso de insuficiência se traduzem pela demissão, compreende-se que o medo tenha lugar no trabalho ordinário. As consequências do medo são, em primeiro lugar, a perda do prazer de trabalhar e, em seguida, o desaparecimento da confiança nos colegas. Além disso, o medo dá lugar à agressividade, ao ódio, ao rancor etc. O medo faz sofrer. É preciso se defender. E as estratégias de defesa são difíceis de construir e manter. Quando elas são solidamente constituídas, porém, transformam profundamente a personalidade. É o que certos autores anglófonos chamam polidamente de “a corrosão do carácter ”.
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IHU On-Line - Quais seriam os maiores medos do sujeito pós-moderno?
IHU On-Line - Quais seriam os maiores medos do sujeito pós-moderno?
Christoph Dejours - O medo é mau conselheiro. Ele gera condutas de autodefesa que arruínam as instituições e violam o direito. Talvez o mais preocupante não seja o medo, mas, principalmente a falta de esperança de que a tendência possa se inverter. Nós não estamos mais em condições de transmitir a confiança, a esperança, o senso comum da justiça, a solidariedade, nem as regras de vivermos com nossos filhos. Nós só sabemos transmitir uma única coisa: o valor do dinheiro. Isso é insuficiente, no entanto, para constituir a base de uma cultura.
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1 comentário:
Estimado Joaquim Sá
Parabens por se preocupar e dar mais esclarecimentos sobre estas questões do mobbing, prepotência e subjugação que impera nas nossas escolas.
Aguardo sua visita ao meu espaço BioTerra, e fique fã (!!) pois, além das preocupações ambientais, a Educação é essencial e incluí uma postagem sua sobre a matéria em epígrafe!
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