terça-feira, 3 de junho de 2008

A designação da nova unidade orgânica IEP/IEC: proposta da Assembleia do IEC

Fundamentação da escolha, em Assembleia de Instituto, da proposta de designação da nova unidade orgânica resultante da reestruturação do IEC e do IEP:

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E DE ESTUDOS DA CRIANÇA

A Assembleia do Instituto de Estudos da Criança, reunida no dia 30 de Maio de 2008, pronunciou-se maioritariamente sobre a escolha do nome da nova unidade orgânica, com base nos seguintes considerandos:

1. A nova unidade orgânica emerge da fusão de duas escolas anteriormente existentes, em situação de paridade. A nova escola da UM, resultante da integração do Instituto de Estudos da Criança e do Instituto de Educação, representa a aposta da Universidade numa escola forte, que se pretende de referência ao nível nacional e internacional, fazendo convergir o património académico e identitário construído por ambos os institutos, ao longo dos seus anos de funcionamento, traduzido nos seus projectos de ensino, de investigação e de extensão em diferentes domínios científicos.

2. O Instituto de Estudos da Criança não é uma escola estritamente de educação. Se o IEC nasceu em torno de um projecto de formação de educadores e professores da educação básica, o seu desenvolvimento, ligado à auscultação das solicitações sociais, à emergência de novas áreas académicas, à competência construída dos seus docentes e investigadores, assim como aos requisitos epistemológicos do seu objecto de estudo – a criança – traduziu-se numa expansão de áreas de investigação/intervenção que transcendem o campo da educação.

Para além das áreas científico-pedagógicas directamente relacionadas com a educação e a formação de educadores/professores, o IEC tem uma procura e uma oferta consolidada e amplamente reconhecida a nível nacional e internacional, no campo interdisciplinar dos Estudos da Criança, em âmbitos tais como: as políticas sociais para a infância, a intervenção psico-social (pobreza infantil, trabalho infantil, protecção de crianças em risco), a saúde infantil e bem-estar, o lazer e tempos livres, os estudos artísticos, a violência escolar, a intervenção precoce, a sociologia da infância, a animação sócio-comunitária, a literatura infantil, entre outras.

Por tudo isto, o IEC é procurado por um público abrangente, que não se limita aos agentes educativos, estendendo-se a sociólogos, técnicos do serviço social, psicólogos, animadores sócio-culturais e artísticos, médicos, agentes da comunicação social, enfermeiros e outros profissionais que intervêm nos mundos da criança.

3. Os Estudos da Criança constituem uma área académica em grande expansão a nível internacional. Uma década depois da criação do IEC, encontram-se hoje, em muitos países, unidades orgânicas universitárias com a designação de Estudos da Criança (Child Studies, Children’s Studies ou Childhood Studies), um campo multidisciplinar que se desenvolve com autonomia no mundo académico, tendo lugar institucional bem definido. Todas elas têm uma (maior ou menor) interface com a educação (e as ciências da educação), mas encontram expressão própria no diálogo com outras áreas científicas.

4. A designação “Instituto de Educação e de Estudos da Criança” é uma mais-valia para a escola emergente e para a Universidade. A inclusão do nome “Estudos da Criança” na designação da nova escola não só assume a continuidade dos projectos académicos da Universidade do Minho na mudança agora iniciada, como lhe confere o seu carácter inovador, marcando a diferença e a mais-valia da escola emergente relativamente a instituições congéneres.

Estes argumentos sobre a designação da nova escola não põem em causa os compromissos assumidos pelo IEC no processo de audição das unidades orgânicas. Pelo contrário, consideramos que este é um momento histórico que nos oferece grandes oportunidades e desafios, e que teremos que enfrentá-los com abertura e imaginação, mas também com serenidade e respeito por aquilo que cada escola construiu até hoje, enquanto patamar para a fundação de uma nova escola com identidade e cultura próprias.

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