sábado, 1 de novembro de 2008

A DECISÃO INTELIGENTE!

Há dias, a propósito do post Saúde/doença e chefias um colega sugeriu-me a consulta do site http://en.wikipedia.org/wiki/Groupthink. Assim fiz, e dou então conta do que considerei relevante nessa minha pesquisa.

Groupthink – um termo cunhado por William Whyte em 1952 – é uma forma de pensamento característica de pessoas pertencentes a grupos que minimizam a contradição em favor do consenso permanente, rejeitando a análise, a avaliação crítica e a livre expressão de ideias. A criatividade individual, a singularidade de cada um, e o pensamento independente anulam-se em favor da coesão do grupo. Nos seus encontros os membros do grupo evitam expressar pontos de vista que saiam fora da zona confortável do pensamento consensual.

Tais grupos acabam por tomar péssimas decisões, pois não há lugar para a dúvida, o questionamento e a reflexão em torno de diversas alternativas. A diversidade de alternativas vai-se esvaindo da "mente colectiva" para dar lugar a um só caminho possível. O silêncio é tomado como sinónimo de unanimidade.

Ora, a destruição do campo de possiblidades é equivalente à destruição das soluções mais inteligentes. Acredito nisto profundamente... na vida pessoal e profissional, no ensino, na formação, na aprendizagem, etc.

Em 1961, John F. Kennedy, Presidente dos Estados Unidos, tirou sérias lições do imenso perigo que pode resultar de más decisões políticas, quando se confrontou-se com o desastre da invasão da Baía dos Porcos, em Cuba. Um ano depois, face à Crise dos Mísseis, de novo em Cuba (1962), usou de todos os meios para garantir que tomaria a melhor de todas as decisões possíveis – estava-se na eminência de uma guerra nuclear.

Havia então que evitar qualquer risco de groupthink no processo de decisão. Convidou então especialistas externos para, nas reuniões do grupo de decisão política, expressarem os seus pontos de vista e permitiu que os membros do grupo os questionassem cuidadosamente. Encorajou os membros do grupo a discutir possíveis soluções com pessoas de confiança, em diferentes departamentos de estado, e chegou a dividir o grupo em vários sub-grupos a fim de quebrar parcialmente a coesão do grupo.

John Kennedy ausentava-se deliberadamente das reuniões para evitar que as pessoas se deixassem condicionar pelo peso da sua opinião. Por fim, a Crise dos Mísseis foi resolvida de forma pacífica, em boa medida graças à visão inteligente que estes métodos permitiram criar.

Em conclusão, qualquer grupo, empresa ou organização muito têm a perder quando se deixam tomar por uma cultura groupthink, o pensamento único.

4 comentários:

Anónimo disse...

"De todas as ilusões
a mais perigosa consiste em pensar
que não existe mais que uma realidade.

Paul Watzlawick

Anónimo disse...

Acha que também estaremos perto de uma guerra nuclear?

Se sim, então, obrigado pela informação, pois irei construir imediatamente um abrigo anti-atómico.

Anónimo disse...

Bela descrição da realidade na Universidade do Minho...No caso o ideal é por fora alguns de algumas reuniões e cargos de chefia para que a coisa funcione sem condicionantes de pensamento...não resta outra solução

Anónimo disse...

Será que a sua descrição da Universidade do Minho é inteiramente verdadeira?

Não haverá, por acaso, alguma manipulação dos dados?

Já pensou que a realidade pode ser distinta da forma como a retrata?