"Não consigo viver neste sofrimento, não suporto ouvir falar de escola. Não vou conseguir dar mais aulas." Esta frase é extraída da carta que José António Fernandes Martins escreveu à mulher antes de se suicidar. Era professor de Matemática e Ciências da Natureza na Escola EB 2,3 de Vouzela e pôs termo à vida no início do presente ano lectivo. José António era um professor experiente, apaixonado pela sua profissão.
quarta-feira, 31 de março de 2010
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2 comentários:
Os professores estão atentos e apreensivos. ver link:Prof Ramiro Marques
Prof.º Joaquim:
Vivemos numa sociedade de mercantilismo: mercantiliza-se a educação, a saúde, a justiça, etc.,etc.
Como resultado sobressaem os valores mais negativos do ser humano: a inveja (em Portugal ainda parece ser maior!), a competição desenfreada, a mentira, enfim a medicriocidade.
Não se valorizam os valores da integridade, da meritocracia, da colaboração, da afectividade, da verdade, enfim do altruísmo entre os seres humanos. No meio desta "selva", as profissões que estão mais ligadas intrísicamente aos valores humanos que acabei de citar são as que sofrem mais: professores, médicos, enfermeiros, psicológos, etc.
Por isso não é de espantar os casos recentes de bullying nas escolas (ambientes cada vez mais violentos que reflectem a sociedade mercantilizada) assim como os casos "mudos" de assédio moral que existem por esse país fora ("mudos" por que ninguém tem a coragem de falar deles e que são muitos ,mas que o medo tanto cala .... por perder emprego, por cumplicidade, etc.)
Em muitas instituições vai-se assistindo a uma maior competitividade entre as pessoas que vai corroendo como erva daninha as relações de afectividade que mantinham .
Não é raro, em muitas escolas do ensino dito superior, quando se votam determinadas regras ou normas o facto de se votar em branco, que já é visto como um voto em contrário (para mim ainda é visto como uma não participação directa no que se vota e porque se vota). O votar em branco não compromete e não tira o emprego.
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