2004: 8,8
2005: 8,1
2006: 8,1
2007: 10,6
2008: 14
As notas dos exames nacionais de Matemática A foram as mais altas de todas as disciplinas, atingindo uma média de 14 valores. A percentagem de chumbos desceu de 18 para sete por cento. Por oposição, os resultados de Português foram os piores dos últimos 12 anos.
Notícia do Público: 5/7/08
Comentário:
A receita para o sucesso escolar está encontrada. Basta agora aplicar às outras disciplinas a mesma filosofia de avaliação que conduziu ao sucesso na Matemática. Teremos assim em 2-3 anos o milagre-maravilha de termos passado de um sistema de ensino atrasado para um sistema de ensino de superior qualidade. Quando os estudos comparativos internacionais disserem o contrário, logo se verá como descalçar a bota. Para já, enquanto o pau vai e vem folgam as costas. No imediato, para efeitos de política interna, o que interessa é a aparência de que o ME está a superar o tradicional insucesso em Matemática. Mas o ME criou para si e para os cidadãos um grande dilema: qual é afinal o critério aferidor da qualidade das suas políticas? As boas notas na Matemática ou o estrondoso fracasso no Português?
Agora a sério:
As pessoas que pensam estes problemas e que sinceramente, de boa-fé, têm contributos para dar (sociedades científicas, académicos, associações de professores, etc), em nome do interesse geral do País, já perceberam que as suas ideias e críticas contam apenas com o desdém e o desprezo do poder. Tudo isto é de uma arrogância desmedida e de uma grande falta de respeito, para que alguém se sinta motivado para um trabalho de séria reflexão e análise cujo destino é chacota politiqueira. É um sentimento terrível que vai privando o País do relevante contributo da massa crítica de que dispõe, na abordagem dos problemas da educação.
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