quarta-feira, 29 de julho de 2009

A União Ibérica

Público, 29.07.2009

Quase 40 por cento dos portugueses são a favor de uma federação ibérica de Estados. Um terço dos espanhóis defende o mesmo, revela o Barómetro de Opinião Hispano-Luso 2009, da Universidade de Salamanca.

Comentário:

Eu faço parte dos 40% dos portugueses favoráveis à União Ibérica. Fechado neste pequeno rectângulo, subordinado a poderes paroquais que se movem mais pelos interesses particulares e de grupo do que pelo interesse geral, mergulhado numa atmosfera cultural castradora do pensamento livre que impede a emergência de uma intelectualidade vibrante ao serviço do seu povo, Portugal não tem perspectivas de alargar os seus horizontes e entrar verdadeiramente no caminho do progresso e desenvolvimento. Num espaço mais alargado e cosmopolita, poderíamos dar um salto em frente e no seu conjunto os dois Países poderiam ser uma potência europeia. Mas do lado de cá a grande resistência a esta ideia virá das sangessugas que, à sombra dos nossos "brandos costumes", não largam os privilégios imorais que lhes são asssegurados pelos seus pequenos e grande poderes vitalícios. Serão os grandes paladinos do "patriotismo" que lhes dá jeito.

Em 1580 a nobreza portuguesa reprimiu o seu povo para entregar a coroa de Portugal a Espanha a troco da garantia de manutenção dos seus privilégios, dada por Filipe II de Espanha. E quando Filipe IV de Espanha impunha aos fidalgos portugueses o pagamento de mais impostos, e as suas regalias parasitárias eram ameaçadas, a nobreza instrumentalizou o genuíno sentimento patriótico popular para a recuperação da "sua" independência.

1 comentário:

Anónimo disse...

http://umparatodos.com/index.php?option=com_content&task=view&id=848&Itemid=46

Falhas na gestão da Universidade
do Minho (1).

O reitor nega, mas uma auditoria do Tribunal de Contas à Universidade do Minho (UM), relativa a 2007, aponta deficiências de gestão ligadas a trabalhos a mais na Escola de Direito, e participação financeira, infundamentada, em 17 entidades de direito privado.
Na verdade há muitos anos que as universidades públicas deviam ter outro sistema de gestão, a propalada autonomia universitária, é uma forma de regionalização, o que não é possível num Portugal sem regras, sem ética profissional, sem um forte sentido do colectivo. Cada reitor ou presidente da câmara, considera os poderes que lhe foram confiados democraticamente, podem ser transformados num poder régio, com se fosse uma monarquia absolutista, e passam a encarar a universidade como sua, ou a região ou a cidade, como um couto de caça, e ultrapassando os poderes que lhe foram confiados, tomam as mais diversas decisões de um modo pouco profissional, muito emotivo nuns casos, noutros até, no interesse próprio.
Devemos alterar modelo de gestão das universidades, de modo a ter uma comissão de gestão, ou de avaliação, ou uma estrutura de gestão centralizada no ministério da economia, ou no das finanças, passando o reitor e a administração das universidades a serem fiscalizados pelo ministério da educação e pelo tribunal de contas. As escolas e universidades públicas e privadas, todas deveriam geridas do mesmo modo. O estado definiria os conteúdos pedagógicos, os programas de ensino, e que teriam que ser iguais para todas as escolas e universidades, iguais para cada grau de ensino e para cada curso. Deveria ser estipulado uma verba de apoio para cada aluno. Essa contribuição teria que ser igual para todos, apesar no caso do ensino público nem toda a verba poder ser entregue, porque o estado tem que suportar todos os custos fixos e encargos gerais de manutenção das escolas. Nunca mais os reitores diriam que faltava dinheiro para pagar aos professores, nem os alunos poderiam dizer que o ensino superior era caro, e até começaria a sobrar dinheiro ao estado. Um modelo de gestão parecido, já é praticado nos programas comunitários do ensino denominado Novas Oportunidades, o POPH. Tudo faria parte de um só sistema, e seria então permitido que os privados investissem no ensino em parceria com o estado, assumindo que teriam que ficar tutelados pelo vários ministérios caso pretendessem usufruir de uma acreditação e dos reembolsos pecuniários. Caso contrário, os alunos nunca teriam o reconhecimento formal dessas habilitações. Isso simplificaria o processo de gestão financeira e pedagógica, porque deixariam de existir as universidades fáceis e as difíceis, passariam apenas a existir as universidades que tinham bom aproveitamento e bons rácios de gestão, as que tinham mais aprovações ou as que tinham mais desistências. Obviaríamos o problema das equivalências das disciplinas no caso das transferências, já não apareceriam alunos que conseguiriam a equivalência de duas ou três disciplinas só com uma feita num estabelecimento de ensino duvidoso, ou outros casos semelhantes, e os professores teriam muito mais dinheiro para as suas investigações e actualizações de conhecimentos, que passariam a ser obrigatórios. Na prática, o estado deveria gastar aproximadamente o mesmo dinheiro por aluno quer fosse numa universidade pública quer fosse numa privada, no entanto, não teria tanto investimento e o controlo das perdas seria muito mais eficaz.