quinta-feira, 20 de março de 2008

HOJE MAIS DO QUE NUNCA: EXPANDIR A POTÊNCIA DE VIDA (2)

Como uma mensagem de Páscoa, aqui deixo, na íntegra, um comentário deixado no post Hoje mais do que nunca: expandir a potência de vida


E valerá realmente a pena, lutarmos contra a opressão sobre as tentativas constantes de silenciar quem se manifesta contra??? Sinceramente não sei. Não vivi o 25 de Abril de 1974, mas sou uma apaixonada por história e felizmente sempre tive professores que me davam a beber a sua sabedoria e experiência, sim eu que em criança coleccionava recortes de jornais sobre o tema e com que meus pais brincavam e diziam "ai rapariga vais dar revolucionária.". Mas sabem, meus pais estavam errados, porque não se pode sequer exigir o que é nosso por direito a LIBERDADE. Senão vejamos, o que está a acontecer com o processo de avaliação dos docentes: 100000 docentes nas ruas de Lisboa e para quê??? Para a Ministra no Parlamento afirmar "A minha obrigação não é dar as respostas que a senhora deputada quer ouvir. A minha obrigação é responder com resultados. Respondo com aquilo que faço, com a política educativa" e esta senhora ainda se acha com razão, tudo porque o engenheiro (...) Sócrates a anda a levar ao colo e a segurá-la no Ministério. Não sou docente mas senti necessidade de estar presente na vigília feita na cidade de Braga numa sexta-feira à noite e aqui fica o meu relato num site onde professores desabafam, trocam experiência e materiais de trabalho."Sou de Braga nascida e criada e ontem senti a obrigação de estar ao vosso lado, ao lado dos meus ex-professores e dos meus futuros colegas. Sou sincera não estava à espera de ver muita gente, cheguei à Avenida eram 22:25 e não vi ninguém, decidi ir dar uma volta... e a verdade é que as lágrimas caíram, porque vi um "mar" de emoções, umas saudosas outras de revolta e indignação mas nas ondas desse mar de gente sentia-se a UNIÃO de um povo que já fez a Revolução à 33 anos. Lembrei-me inevitavelmente do meu professor de História que com a memória viva a correr nas veias nos relatava não só a história em si mas a sua experiência. Mas voltando ao que ontem vivi, senti um orgulho imenso na minha futura profissão, juro, senti que somos capazes de voltar a fazer a revolução. Cheguei à praça do Município e só consegui dizer "LINDO" porque realmente aqueles olhares, aqueles cânticos, que mesmo espontâneos, eram perceptíveis. Foi como que uma viagem no tempo, primeiro porque muito humildemente senti o que muitas vezes a minha mãe me conta o que viveu, os dias da revolução do 25/04/1974, porque o que sempre realçava era que o poder do povo "jamais será vencido.". Depois vi os meus professores, as pessoas que orientaram o meu caminho, me deram de beber do seu saber, que muitas vezes me "puxavam" orelhas, mas que, acima de tudo, partilharam o que de melhor tinham e fizeram de mim uma pessoa melhor, e por fim, porque senti e tive a certeza que o meu futuro é a EDUCAÇÃO, que o futuro do nosso país está nas nossas mãos e que a escola será sempre em primeiro lugar dos alunos e em segundo dos professores, porque a escola deve ser feita para eles alunos pelos professores, pais e comunidade. Espero não ter sido muito maçadora e desculpem se a narrativa não for a mais correcta mas a verdade é que neste momento as palavras saltam-me da alma e por vezes o conter e explicar o que vai na alma é confuso. E para si Sr.ª ministra não se esqueça que o valor da educação é superior ao valor dos diamantes porque a educação molda seres, faz uma nação."Sinceramente não sei se valerá a pena, naquela noite achei que sim...sinto que neste momento quer na sociedade quer na Universidade existe um ambiente pidesco e silenciador de almas prontas a mover montanhas...

20 de Março de 2008 0:46

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